Seja bem-vindo(a)! Converse comigo
Você já deve ter se perguntado por que conseguiu perder peso com “aquela primeira dieta”, mas depois ficou cada vez mais difícil, o peso perdido foi recuperado de forma inesperada e pode até ter ganho alguns números a mais. O fato é que a primeira dieta sempre funciona e seu próprio mecanismo explica isso.
Não é de hoje que os efeitos de uma dieta são explorados, estudados e discutidos. Em 1958 uma publicação já apontava o baixo sucesso da perda de peso a longo prazo – fazendo dieta – com grande número de pessoas recuperando o peso perdido em pouco tempo.
Se pararmos para pensar nos mecanismos da dieta, percebemos a explicação para sua falha e aqui destaco:
Com o passar do tempo ou em algumas situações (como dietas muito restritivas, envelhecimento ou sedentarismo), o nosso corpo passa a gastar menos energia tanto no repouso quanto no total. Isso é o que chamamos de declínio do GET e do GER.
O corpo fica mais eficiente e usa menos energia para fazer as mesmas coisas.
Pode haver perda de massa muscular, e músculos gastam mais energia que gordura.
Com menos movimento ou dieta restrita, o corpo "economiza" energia para se proteger.
Porque muitas vezes as pessoas não entendem por que estão com dificuldade de perder peso ou sentem que o metabolismo está mais lento. Esse declínio natural ou induzido pode ser um dos motivos.
Quando a pessoa faz dietas muito restritivas, o corpo entende que está faltando energia e entra em “modo economia”. Ele se adapta para queimar menos calorias, isso significa que o corpo aprende a gastar menos energia para fazer as mesmas atividades do dia a dia e se proteger.
Quando a pessoa volta a comer normalmente, o corpo ainda está mais eficiente (gastando pouco), então ela recupera o peso rapidamente — às vezes até mais do que perdeu.
Porque mostra que fazer dietas muito restritivas ou mal orientadas não é saudável e não funciona a longo prazo.
· Distúrbios neuroendócrinos
· Alteração na fisiologia intestinal
· Privação de alimentos que gera desconfortos psicológicos e sociais
· Grande índice de episódios de descontrole alimentar após períodos de restrições severas
É importante compreender o papel da dieta e avaliar, lembrando que discutimos aqui sobre grandes restrições sem necessidade específica para tratamentos, manutenção da saúde e/ou procedimentos, de forma individualizada os riscos e benefícios da prática e se as mudanças – a curto prazo – que podem ocorrer ocasionadas pela restrição “funcionam” quando se pensa em eficiência X efetividade.
A verdade é que uma dieta pode ter eficiência (produção de um resultado qualquer a partir de uma intervenção qualquer) e produzir um objetivo específico, com tempo estipulado.
Mas é mais importante o resultado a curto prazo ou a longo prazo? Ter prazer e autonomia ao comer ou viver com a sensação de que não se é capaz de escolher o que se come, comer sempre o que alguém “mandou”, “permitiu” e sempre pensando que se faz de maneira errada?
É preciso pensar na comida muito além de apenas ingestão de nutrientes e calorias, vendo o porquê, quando e como, com significados, autonomia e consciência.
Blanc S, Schoeller D, Kemnitz J, Weindruch R, Colman R, Newton W, et al. Energy expenditure of rhesus Monkeys subjected to 11 years of dietary restriction. J Clin Endocrinol Metab. 2003;88:16-23.
Blomain ES, Dirhan DA. Valentino MA, Kim GW, Waldman AS. Mechanisms of weight regain following weight loss ISRN Obesity. 2013;2013.
Coscina DV, Dixon LM. Body weight regulation in anorexia nervosa: insights from na animal model. In Darby PL, Garfinkel PE, Garner DM, editors. Anorexia nervosa: recente developments. Nova Iork: Allan R Liss; 1983. p.207-20.
Curioni CC, Lourenço PM. Long-term weight loss after diet and exercise: a systematic review. Int J Obes. 2005;29:116874.
Duloo AG, Jacquet J, Girardier L. Poststarvation hyperfagia and body fat overshooting in humans: a role for feedback signals from lean and fat tissues. Am J Clin Nutr. 1997;65:717-23.
Fildes A, Charlton J, Rudisill C, Littlejohns P, Prevost AT, Gulliford MC. Probability of na obese person attaining normal body weight: cohort study using electronic health records. Am J Pub Health. 2015;105:e54-e59.
Fothergill E, Guo J, Howard L, Kerns JC, Knuth ND, Brychta R, et al. Persistent metabolic adaptation 6 years after “The Biggest Loser” competition. Obesity. 2016;24:1612-9.
Garner DM, Wooley SC. Confronting the failure of behavioral and dietary treatments for obesity. Clin Psychol Rev. 1991;11:729-80.
Hambly C, Speakman JR. Contribution of diferente mechanisms to compensation for energy restriction in the mouse. Obes Res. 2005;13:1548-57.
Harrington ME, Coscina DV. Early weight gain and behavioral responsivity as predictores of dietary obesity in rats. Physiol Behav. 1983;30:763-70.
Kalm LM, Semba RD. They starved so that other be better fed: remembering Ancel Keys and The Minnesota Experiment. J Nutr. 2005;135:1347-52.
Shetty PS, Jung RT, James WPT, Barrand MA. Postprandial thermogenenis in obesity. Clin Sci. 1981;60:519-25.
Stroebe W, van Koningsbruggen GM, Papies EK, Aarts H. Why most dieters fail but some succeed: A goal conflict model of eating behavior. Psychol Ver. 2013;120:110-38.
Stunkard AJ. The results of treatment for obesity. New York State Journal of Medicine. 1958;58:79-87.
Van Dale D, Saris WH, Schoffelen PF, Tem Hoor F. Does Exercise give na additional effect in weight reduction regimens? Int J Obes. 1987;11;367-75.
Villaverde C, Ramsey, JJ, Green AS, Asami DK, Yoo S, Fascetti AJ. Energy restriction results in mass-adjusted decrease in energy expenditure in cast that is maintained after weight regain. J Nutr. 2008;138:856-60.
Weyer C, Waldorf RL, Harper IT, Milner M, MacCallum T, Tatranni PA, et al. Energy Metabolism after 2 y of energy restriction: the Biosphere 2 experiment. Am J Clin Nutr. 2000;72:946-53.
← Voltar